quinta-feira, 29 de maio de 2008

Eddie Vedder e a Filosofia Raveira

* TÍTULO 1: "O Significado Real de uma Rave"


Percebo que um elevado número de pessoas, quase sempre induzidas pela desinformação ou mesmo pela precipitação da imprensa sensacionalista em querer vender jornal a qualquer custo, tem uma visão equivocada sobre o que é uma rave. Rave não é o antro da ilicitude, no que tange às drogas, como muitos aduzem irresponsavelmente. Rave é um evento distinto, uma reunião de pessoas felizes que AMAM a música eletrônica (seja trance, house music, progressive house, tecno, psy, psytrance ou afins) e cultuam a natureza e a arte. As raves, via de regra, têm duração de 12 horas (equivalente a metade de 1 dia inteiro), iniciando entre 23h e 24h de um dia, e acabando entre 12h e 13h do dia seguinte. No entanto, há raves com duração de dias. As festejadas raves européias iniciam na parte da manhã de um dia e finalizam à meia-noite do mesmo dia. Tem até praças de alimentação para tomar café, almoçar, fazer um breakfast ou até mesmo jantar. Deveras, coisa de primeiro mundo.
Evidentemente que há pessoas que vão para se drogar. Já pude ver de tudo nos eventos que frequentei (Fulltronic de Natal'07, PsyTronic VII, Trance Republic Edição 10, SummerTrance'08, White House, Tribe). Contudo, isso é uma minoria. Não se pode generalizar. Pessoas ruins com pensamentos distorcidos e negativos há em todos os lugares. Já dizia eu, alhures, que "a generalização é burra". A filosofia das raves é aproximar o homem da natureza, tornar o ser humano um verdadeiro cidadão do mundo, aprendendo a cultuar a arte e a boa música. Isso é saber valorizar as coisas boas que a vida oferece.


Algumas das coisas que mais venero em raves é que todo mundo se diverte dançando do seu próprio modo (não é que nem pagodão e forró em que todos dançam igual, e uns querem aparecer mais que outros porque imaginam que sabem mais "figurinhas" ou "passinhos"); as festas são celebradas em campo aberto em meio à natureza (isso proporciona aos raveiros uma ótima sintonia com o clima, esteja chovendo, fazendo muito calor, nascendo o sol, caindo o sol, etc.); as estruturas são levantadas sempre com arquiteturas modernas de modo a dar ênfase à arte e à união do homem com os elementos da natureza; 90% do público é formado por gente bonita e bem instruída (não há pés de chinelo e maloqueiros); os eventos não duram até 5h como ocorre em danceterias comuns (vai looooooonge...e a rave não pára!!!); independentemente do clima, a festa segue embalada o tempo todo (não existe tempo ruim); não há raves grandes todos os finais de semana como se fosse um estabelecimento que funciona todo o final de semana (são eventos marcados com grande antecedência, com venda antecipada de ingressos e com fortes patrocinadores, o que possibilita uma "preparação psíquica-estimulante" muito agradável em termos de ansiedade aos raveiros).

Ah, para quem não sabe, o termo "fritar" não é torrar o cérebro com êxtase (a famosa "bala"), e sim, dançar efusivamente usufruindo de um estiloso óculos escuros, com o sol queimando na cabeça. As raves chamadas "PTD", são as privadas, as festas mais roots. Não são como as comerciais, nas quais grandes DJs do planeta fazem o seu som por cachês exorbitantes. As raves PTD ocorrem, normalmente, após uma rave comercial, e também são conhecidas como "bailinhos", até porque, atraem pessoas que são tidas como raveiras ufanistas, normalmente não vinculadas à classe burguesa da sociedade. Nelas, tocam DJs nacionais que fazem música eletrônica por amor. Eles têm um contato maior com o público, do que os das raves comerciais. De qualquer modo, eu particularmente não troco uma rave comercial (com Sesto Sento, X-Noize, Astrix, Eskimo, Talamasca...) por uma rave PTD (com Edinho Magalhães, Mause, Lica...).

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* TÍTULO 2: "A Música do Manifesto "

Porch é uma música à parte. Não porque é de autoria da minha banda FAVORITA, mas Porch é um som que marcou época. Quando o Pearl Jam gravou essa música em versão ao vivo no Acústico MTV, o regime do Apartheid a recém se dissipava na África do Sul (guardem essa informação). O acústico teve poucas músicas, mas causou grande repercussão mundial e agradou a todos os fãs. Aquela não era uma noite qualquer. Não duvido que Eddie Vedder estivesse entorpecido por alguma substância. Há gente que afirma, sem hesitar, que Ed estava drogado de heroína. O fato é que o Pearl Jam SEMPRE tocou suas músicas "com a alma", mas naquele dia Ed estava diferente. Hit após hit, eles davam indícios de que alguma coisa estava por vir. Foi então que, após uma longa pausa, Ed diz: "huuuum... I just wanna say... one, two, three, four... what the fuck is this world, running to? you didn't..." ERA PORCH!! O público delira. Aplaude incessantemente. A música foi se delineando gradualmente. Era notório que a versão acústica era bem melhor que a original. Além disso, a versão acústica era mais rápida e vibrante. Ed, ao melhor estilo grunge, balança suas madeichas em movimentos verticais com a cabeça. Com o dedo apontado pra cabeça enquanto cantava, parecia querer falar algo ao mundo. Eis que então chega o momento do solo inconfundível de Mike McCready (substituindo sua guitarra distorcida por um simplório violão). Em meio ao solo, Ed resolve dar vazão às suas ideías mais insanas. Ele começa a girar a banqueta de um lado para o outro, e propositadamente vai ao chão. O PÚBLICO ENLOUQUECE. Inicia-se uma dança jamais vista em shows da banda, com Ed praticamente dropando sobre a banqueta. Jeff Ament e seu baixo sobem a bateria de Dave Abbruzzese. Ed fica de pé em cima da banqueta. A música começa a ficar cada vez mais rápida. Então Ed começa a escrever em seu braço com uma caneta de cor preta. A câmera central dá um close e percebe-se o que está escrito: "PRO CHOICE". Era uma manifestação político-social que somente as pessoas conectadas aos problemas do mundo saberiam decifrar. As pernas de Ed quase se entrelaçavam de tanto virar e dançar em cima da banqueta, ao seu modo. Já com a música acabando, ele pula da banqueta e esconde seu rosto com os longos cabelos. Dança mais um pouco e derruba a banqueta com um toque de lado de pé. Neste momento, ele inova e muda TOTALMENTE a letra da música original, demonstrando toda a sua indignação com a guerra eterna do homem contra o próprio homem. Ele segue cantando o restante da música em forte entonação, e ao mesmo tempo esbugalha os olhos ante o microfone. A música dá seus últimos suspiros. Ed termina a letra e joga o microfone ao chão. Ato contínuo, ele pega o violão reserva de Mike McCready e ameaça acertar um golpe nele, mas em tom de brincadeira (claro...). O público se levanta e aplaude em estado de êxtase. Estava encerrado um dos capítulos mais marcantes da histórica do rock'n rool e, sem dúvida alguma, a apresentação mais brilhante do Pearl Jam, até aquele momento.

Apenas a título de curiosidade e conhecimento, o racismo estava em alta naqueles tempos, em meados dos anos 90. Apartheid ("vida separada") é uma palavra de origem africana, adotada legalmente em 1948 na África do Sul para designar um regime segundo o qual os brancos detinham o poder e os povos restantes eram obrigados a viver separadamente, de acordo com regras que os impediam de ser verdadeiros cidadãos. Este regime foi abolido por Frederil de Lerk em 1990, tendo como um dos principais opositores aquele que haveria de assumir o governo da nação anos depois: Nelson Mandela. Finalmente, em 1994, a África do Sul pôde ter eleições livres. O primeiro registro do uso desta palavra encontra-se num discurso de Jan Smuts em 1917. Este político tornou-se Primeiro-ministro da África do Sul em 1919. Tornou-se de uso quase comum em muitas outras línguas. As traduções mais adequadas para português são segregação racial ou política de segregação racial.

Assim, numa manifestação socio-política, Eddie Vedder, após cantar grande parte da música, dá uma lição ao mundo, de que todos merecem uma chance, independentemente de credo, cor, nacionalidade ou outra forma de distinção racial. Foi um marco na história.
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NOME DA MÚSICA: Porch
RITMO: Rock Grunge
AUTORIA: Eddie Vedder
VERSÕES: Há duas versões ditas "oficiais": a original e a acústica (isso sem contar as várias versões ao vivo que circulam pela Internet, por óbvio). A versão original é proveniente do álbum Ten e na listagem das músicas é a faixa de número 8. A versão do Acústico MTV que descrevi acima está disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=pn61IvkkbSM

LETRA: Perda da pessoa amada
SENSAÇÃO: Indignação com o mundo e com as circunstâncias

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[PORCH, BY PEARL JAM]
Varanda, por Geléia de Pérolas



"What the fuck is this world
Pra que porra esse mundo

Running to?
Está indo?

You didn't leave a message
Você não deixou nem uma mensagem.

At least I could have
Ao menos eu poderia ter

Learned your voice one last time.
Aprendido sua voz uma última vez.

Daily minefield
Campo minado diário,

This could be my time
Esta poderia ter sido a minha vez.

How 'bout you?
E quanto a você?

Would you hit me?
Me atingiria?

Would you hit me?
Me atingiria?



Ohhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh



All the bills go by
Todas as notas passam

And initiatives are taken up
E iniciativas são tomadas.

By the middle
Pelo meio,

There ain't gonna be any middle any more
Não vai haver mais meio algum.

And the cross I'm bearing home
E a cruz que estou levando pra casa

Ain't indicative of my place
Não é indicativo do meu lugar.

Left the porch
Deixei a varanda.

Left the porch
Deixei a varanda.



Ohhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh



There´s something
Há algo

There´s something I don't mind !
Se há algo que eu não suporto!

This return
É essa transgressão

In my time
No meu tempo.

I don't believe
Eu não creio

Change in this
Em mudanças quanto isso.

My good times
Meus bons tempos

To make changes forever
Tendo mudanças eternas.

There is something unless to trust
Deve haver algo ao menos para se confiar.

I know now I want that place...
Eu sei agora o que eu queria era aquele lugar...

I want to live
Eu quero viver.

I wanted to
Eu queria...



EEEEEEEEEEEEEEE....EEEEEEEEEEEEEEEEE....EEEEEEEEEEEEE....EEEEEEEEEEE....
EEEEEEEEEEEEE...EEEEEEEEEEEEEE.....EEEEEEEEEEE.....EEEEEEEEEEEEEEEEE....



YEAHHHHHH...YEAHHHHH...YEAHHHH....YEAH, YEAH, YEAH, YEAH...OHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH



Hear my name
Ouça meu nome

Take a good look
Dê uma boa olhada

This could be the day
Este poderia ter sido o grande dia

Hold my hand
Segure a minha mão

Walk beside me
Caminhe ao meu lado

I just need to say...
Eu só preciso dizer...

What can I take?
Que rumo posso tomar?

I just want to be
Eu apenas quero ser.

I know that I would not ever touch you
Sei que nunca mais te tocaria

Hold you
Te abraçaria

Feel you
Te sentiria

Ever hold
Teria em meus braços

Never again.
Nunca mais.



YEEEEAAAAAAAAH...YEEEEEEEEEEEEEAAAAAAH...YEAAAAAAAAAAAAAAAH...
YEEEEAAAAAAAAH...YEEEEEEEEEEEEEAAAAAAH...YEAAAAAAAAAAAAAAAH...
YEEEEAAAAAAAAH...YEEEEEEEEEEEEEAAAAAAH...YEAAAAAAAAAAAAAAAH...



YEAH, YEAH, YEAH!!!!



EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE....".



OBS: a parte em AMARELO foi acrescentada por Ed em meio à cantoria de Porch no Acústico MTV.















O dia em que Ed quase rompeu suas cordas vocais em nome da paz entre os povos






POST #2: "O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano." (NEWTON, Isaac)




[Porto Alegre, 29 de Maio de 2008.]
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domingo, 25 de maio de 2008

Explanações Preambulares

* TÍTULO 1: "O Início"


Criei este blog apenas para expor minhas ideologias musicais e, por vezes, abarcar algum fato relevante para a atual sociedade contemporânea. Não tenho ambição alguma com este blog. Espero que seja um aprazível passatempo e que conte com os comentários e a participação dos "possíveis visitantes". Tentarei postar, ao menos, uma vez por semana. Cabe salientar que a minha inspiração para fazer este blog se deve a uma situação inusitada: estava eu procurando a letra de Big Sky (um som irado da House Music que haverei de postar aqui, com certeza), e acabei conhecendo o blog de um pacato gaúcho torcedor do Grêmio (como este que vos fala), atualmente radicado em Curitiba, Paraná. Trata-se de Roger Machado. Gostei do blog dele e resolvi elaborar o meu próprio. Ah, coloquei este nome no blog porque meu gosto musical tem como pontos fortes o ROCK e a ELETRÔNICA, ambos com as suas variações. Também gosto de alguma coisa relativa a MPB, world music, reggae, jazz e afins. Os únicos estilos que NÃO SUPORTO são pagode, sertaneja, axé e rock trash. Feitas as devidas introduções, sejam todos muito bem-vindos!!

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* TÍTULO 2: "A Primeira Música"


Não poderia ser outra a primeira música a ser postada no meu blog pessoal. Sou um adorador confesso de In the Dark. Esse som tem toda uma identificação com a minha pessoa, e é impossível não viajar ao escutá-la. A letra é rica em sentimentalismo e, mesclada à batida de Tiësto e ao vocal de Christian Burns, causa devaneios em quem aprecia o bom e puro trance. So then... ENJOY IT !!!


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NOME DA MÚSICA: In the Dark


RITMO: Eminentemente trance, com variações para o tecno


AUTORIA: Dj Tiësto e Christian Burns


REMIXES: Há vários remixes desta música, mas sem sombra de dúvidas, o melhor de todos é o que foi feito pelo Dirty South. Essa versão está disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=Jcqv10cr5hU


LETRA: Sentimentalismo consternado


SENSAÇÃO: Reflexão



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[IN THE DARK, BY DJ TIËSTO FEAT. CHRISTIAN BURNS]

"When it seems like the world around you is breaking

And it feels like there's no-one else around you

And it's quiet, there's a silence in the darkness

And it sounds like the carnival is over
As you walk in the crowded empty spaces

And you stare at the emptiness around you

You wanna go to the city and the bright lights

Get away from the sinners that surround you

'Cause I won't be there

But you will be there

And we'll find each-other in the dark

But you will see

And I'll see it too

'Cause we'll be together in the dark
'Cause if it's coming for you

And it's coming for me

'Cause I will be there

'Cause we'll meet each-other in the dark
And if it terrifies you

Then it terrifies me

'Cause I will be there

So we've got each other in the dark
As I look into the sky

The stars bright as ice

You want me to take you over there

I want you to stay with me

I'm sure I'm not the only one, the only one
No, no

Don't worry

You're not the only one
'Cause if it's coming for you

Then it's coming for me

'Cause I will be there

'Cause we'll meet each-other in the dark
And if it's panicking you

Then it's panicking me

And I will be there

So we've got each-other in the dark
In the dark, in the dark

We'll meet each-other in the dark

In the dark, in the dark

We'll hold each-other in the dark
Now we're saved together in the dark

'Cause we've got each-other in the dark".

POST #1: "Elegância é a arte de não se fazer notar, aliada ao cuidado sutil de se deixar distinguir." (VALÉRY, Paul)

[Porto Alegre, 25 de Maio de 2008.]

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